No próximo dia 6 de Março o meu partido, O PARTIDO, completa 100 anos do sonho milenar dos homens e mulheres que não aceitaram a servidão como forma de vida, contra a escravatura, contra a tirania dos homens, mascarados de deuses, contra os senhores da terra que é nossa, dos homens e dos outros seres que connosco a co-habitam, contra a exploração de uns pelos outros, contra o capitalismo selvagem, em particular o capitalismo financeiro na sua forma mais refinada o imperialismo.
Lutar é preciso!
O sonho e a utopia são absolutamente necessários ao avanço, ao progresso, mas esperar letargicamente que o sonho se concretize só pode converter o sonho num pesadelo.
Esperar que sejam os “outros”, ou qualquer iluminado, ou até, quiçá um ser superior, a oferecer-nos o que sonhamos é o caminho para a desilusão, para a revolta inconsequente, para a esperança inconsequente e submissa. É o contrário da sublimação, é o desprezo pelos outros, é o desprezo pela vida, o desprezo pelo amor.
Só a luta, dirigida para o objectivo final, sem queima de etapas, com os inevitáveis avanços e recuos, muitas vezes com os dois passos atrás que permitem consolidar o passo à frente, sem desfalecimentos, sem arrogâncias dogmáticas, pode, dia a dia, ano a ano, século a século, aproximarmo-nos do inatingível sonho que nos enche por dentro e nos dá a força necessária para continuar, para termos a confiança nos que connosco vão procurar ser mais felizes e dar sentido ao que mais prezamos, a vida.
Desculpem-me os leitores, mas quando penso na vida do meu partido, no meio século de vida “clandestina” e no meio século da minha vida que se lhe seguiu, na resiliência dos meus camaradas que aceitaram uma vida de privações, privação da liberdade e até do que há de mais “sagrado”, da vida, para que possamos hoje lutar pelos nossos sonhos sem sacrifícios desumanos, mas convictos de que é possível que o sentido da história seja um sentido de humanidade e não da barbárie que hoje se afirma, sem vergonha, tentando retroceder às trevas do século passado, mergulho no “meu” sonho mais profundo.
O sonho não pode ocultar a vigília!
O meu sonho “mais profundo” não me impede de ver o amanhã como o dia parido pelo dia de hoje, e hoje, o que é preciso é “GARANTIR O ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE, MELHORAR A VIDA DOS PORTUGUESES”, é preciso investir seriamente no Serviço Nacional de Saúde, Garantir a contratação de milhares de profissionais, em particular entre os milhares de médicos e enfermeiros portugueses que foram forçados a trabalhar no estrangeiro, criando as condições salariais, de estabilidade e de realização profissional no sector público.
No imediato é imperioso concretizar o que foi inscrito no Orçamento do Estado por proposta do PCP:
“- Reforço das unidades de saúde pública com mais 500 profissionais;
- Assegurar a capacidade de internamento e resposta em cuidados intensivos, com a abertura de mais 409 camas e a contratação de 47 médicos;
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Contratação de 935 médicos, 630 enfermeiros, 465 assistentes técnicos e 110 assistentes operacionais para os cuidados de saúde primários.”
“A realidade que se vive no País exige medidas excepcionais de protecção da saúde e da vida. Mas não é aceitável que elas se transformem em arma de arremesso para atropelar direitos e garantias dos trabalhadores.
– Combate à COVID-19:
mais rastreio;
mais testagem;
vacinação mais rápida e para todos.
No plano do apoio social é absolutamente essencial que sejam postas em prática as medidas de protecção social aos trabalhadores que perderam parte ou o todo das suas remunerações:
100% do salário para os trabalhadores em Lay-off;
garantir o salário a 100% para todos os pais das crianças até aos 16 anos que ficam em casa a acompanhar os filhos em ensino à distância.
A situação nacional, a perspectiva da sua evolução, exige que se assegurem as condições para o desenvolvimento da actividade económica, social, cultural e desportiva, garantindo as condições de prevenção e protecção da saúde pública.”
Cá por “casa”
A nível local, está convocada para o próximo dia 26 de Fevereiro, no Edifício Municipal de Serviços (antigo quartel dos bombeiros), a primeira reunião ordinária da Assembleia Municipal em 2021.
Ainda não me foi possível analisar toda a documentação para esta reunião, mas não posso deixar de registar, desde já, o “lucro” dos SMAS, no primeiro semestre de 2020, de mais de um milhão e setecentos mil euros (em 6 meses) e a declaração explicita de que o resultado, resultante da tarifa excessiva da água e saneamento, será mascarado com “amortizações” já pagas em anos anteriores pelos munícipes.
Mafra, 21 de Fevereiro de 2021.
Pode ler (aqui) outros artigos de opinião de José Martinez
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